ATA DA QÜINQUAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 25-6-2008.

 


Aos vinte e cinco dias do mês de junho do ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Luiz Braz, Maria Celeste, Neuza Canabarro, Professor Garcia e Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Comassetto, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Carlos Nedel, Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Nilo Santos e Sebastião Melo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Beto Moesch, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 002/08 (Processo nº 2731/08); pelo Vereador Carlos Todeschini, o Projeto de Lei do Legislativo nº 133/08 (Processo nº 3231/08); pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 012/08 (Processo nº 3571/08); pela Vereadora Maria Luiza, o Projeto de Lei do Legislativo nº 164/08 (Processo nº 3959/08); pelo Vereador Mauro Zacher, o Projeto de Lei do Legislativo nº 158/08 (Processo nº 3741/08). Também, foi apregoado o Ofício nº 501/08 (Processo nº 4210/08), do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, informando que se ausentará do Município das oito horas às vinte e duas horas e trinta minutos de amanhã, quando participará da solenidade de entrega do Prêmio Prefeito Amigo da Criança, a ser realizada em Brasília – DF. Ainda, foram apregoados os Memorando de nº 017/08, de autoria do Vereador João Bosco Vaz, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, hoje, em reunião no Ministério dos Esportes, em Brasília – DF, e de nº 130/08, firmado pelo Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa a Representação Externa do Vereador José Ismael Heinen, ontem, na solenidade de passagem do Comando da Brigada Militar, às dezesseis horas e trinta minutos, no Estádio da Academia de Polícia Militar, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 547206, 547312 e 547857/08, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz lastimou o falecimento, ontem, da Senhora Ruth Cardoso, ex-Primeira-Dama do Brasil. Nesse sentido, discorreu acerca do trabalho social desenvolvido por Sua Senhoria, chamando a atenção para sua postura contrária à adoção de políticas meramente assistencialistas e mencionando os programas Comunidade Solidária e Alfabetização Solidária, por ela criados. Finalizando, considerou sua morte uma grande perda para o País. A seguir, por solicitação do Vereador Luiz Braz, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma à Senhora Ruth Cardoso, ex-Primeira-Dama do Brasil, falecida ontem. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Comassetto leu trechos de ação civil impetrada pelo Ministério Público, onde se determina a suspensão da Portaria que constituiu o Comitê Gestor formado pela Prefeitura Municipal para analisar as Áreas de Interesse Cultural de Porto Alegre, bem como os atos deliberados por esse Comitê. Nesse sentido, alegou serem acertadas as determinações do Ministério Público e solicitou esclarecimentos do Prefeito José Fogaça acerca do assunto. Em continuidade, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Dr. Goulart, solicitando Licença para Tratamento de Saúde do dia vinte e três ao dia trinta de junho do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança, do dia de hoje ao dia trinta de junho do corrente, o Suplente Márcio Bins Ely, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. Na oportunidade, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador Nereu D’Avila, Líder da Bancada do PDT, informando o impedimento do Suplente Mario Fraga em assumir a vereança do dia vinte e cinco ao dia trinta de junho do corrente, em substituição ao Vereador Dr. Goulart. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foram apregoadas as seguintes Emendas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 072/04: de nos 02 e 03, de autoria do Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PP; de nº 04, de autoria do Vereador Professor Garcia, Líder do Governo; de nº 05, de autoria do Vereador Guilherme Barbosa e da Vereadora Margarete Moraes, Líder da Bancada do PT. Também, foram aprovados os seguintes Requerimentos, referentes ao Projeto de Lei do Legislativo nº 072/04, solicitando dispensa do envio de Emendas à apreciação de Comissões Permanentes: de autoria do Vereador João Antonio Dib, com relação às Emendas nos 02 e 03; de autoria do Vereador Professor Garcia, com relação à Emenda nº 04; de autoria do Vereador Guilherme Barbosa, com relação à Emenda nº 05. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 072/04, com ressalva das Emendas apostas, por dezoito votos SIM e uma ABSTENÇÃO, após ser discutido pelo Vereador Carlos Todeschini, em votação nominal solicitada pelo Vereador Carlos Todeschini, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Elias Vidal, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mauro Zacher, Neuza Canabarro, Nilo Santos e Professor Garcia e optado pela Abstenção o Vereador Carlos Todeschini. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 072/04, o Vereador Aldacir Oliboni cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Carlos Todeschini. Foi rejeitada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 072/04, por um voto SIM, dezesseis votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim o Vereador Carlos Todeschini, Não os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Elias Vidal, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mauro Zacher, Nilo Santos e Professor Garcia e tendo optado pela Abstenção o Vereador Adeli Sell e a Vereadora Margarete Moraes. Foram aprovadas as Emendas nos 02, 03, 04 e 05, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 072/04. Na ocasião, o Senhor Presidente informou que hoje, às quinze horas, comparecerão neste Legislativo os Senhores Prefeito e Vice-Prefeito Municipal. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Nilo Santos, 1º Vice-Líder da Bancada do PTB, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para a Vereadora Maria Luiza, no dia de hoje. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 180/06, com ressalva da Emenda e Subemenda apostas, após ser discutido pelos Vereadores Mauro Zacher, Aldacir Oliboni e Márcio Bins Ely e pela Vereadora Sofia Cavedon. Na ocasião, os trabalhos estiveram suspensos das quinze horas e quatorze minutos às quinze horas e trinta e nove minutos, nos termos regimentais. Em continuidade, foram aprovadas a Emenda nº 01 e a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 180/06. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 209/07. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 163/04, o qual foi discutido pelos Vereadores Carlos Comassetto, Luiz Braz e Guilherme Barbosa, declarando-se encerrado seu período de discussão. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 163/04, o Vereador Marcelo Danéris cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Carlos Comassetto. Na oportunidade, o Vereador Professor Garcia formulou Requerimento verbal, indeferido pelo Senhor Presidente, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 163/04, tendo se manifestado a respeito os Vereadores Carlos Comassetto e Professor Garcia. Ainda, em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador Luiz Braz, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do encerramento da discussão e dos prazos para apresentação de Emendas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 163/04. Em prosseguimento, foi votado Requerimento de autoria do Vereador Professor Garcia, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 163/04, o qual obteve onze votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador Carlos Comassetto, tendo votado os Vereadores Alceu Brasinha, Beto Moesch, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Neuza Canabarro e Professor Garcia, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, em face da inexistência de quórum deliberativo. Às dezesseis horas e doze minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Claudio Sebenelo, Carlos Todeschini e João Antonio Dib, este nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelos Vereadores Ervino Besson e Carlos Todeschini, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, aos 77 anos de idade, deixa-nos uma pessoa que veio a este mundo para ensinar à nossa sociedade as regras no campo da Assistência Social. Ela era uma doutora, Drª Ruth Cardoso, antropóloga, pós-graduada em Antropologia, professora em universidades do Brasil, dos Estados Unidos e da Grã-Betanha e que não gostava de ser chamada de primeira-dama, apesar de todo o trabalho que ela desenvolvia ao lado do seu esposo, nos dois mandatos em que Fernando Henrique Cardoso esteve à frente da nossa Nação.

Dona Ruth Cardoso acabou passando para a nossa sociedade uma outra idéia de se fazer assistência social sem se fazer assistencialismo; foi a primeira pessoa que teve a oportunidade de praticar assistência social da maneira correta e assim o fez. Jamais utilizou a assistência social demagogicamente para poder se colocar ou colocar o seu marido em situação de destaque junto a comunidades que aplaudiam ou que aplaudem, muitas vezes, quem faz assistencialismo. Ela criou, pelo menos, dois movimentos que merecem aplausos de toda a nossa sociedade: Comunidade Solidária e Alfabetização Solidária. Tanto no Comunidade Solidária como no outro movimento, Alfabetização Solidária, ela colocava regras: não dependia só do Governo o processo todo de alfabetização das pessoas na nossa sociedade; o processo tinha que ir além, realmente, daqueles recursos que eram apenas de governo. No caso do Comunidade Solidária, meu querido amigo Claudio Sebenelo, ela tinha como regra não dar o peixe, mas, sim, ensinar a pescar. E isso ela defendeu tanto nos momentos em que ela esteve no Governo como quando esteve fora do Governo; pregava isso a todo instante, e não era só o discurso, a Dona Ruth Cardoso também colocava na prática esses ensinamentos que ela, realmente, com ar professoral, podia colocar nas universidades tanto aqui do Brasil como nas dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha. Realmente, é uma perda muito grande para o PSDB, pois ela é uma fundadora do PSDB, mas, apesar disso, eu não ouvi, nem li nada com referência à Dona Ruth Cardoso que não fossem palavras de elogio de todos os Partidos.

Eu ouvia hoje, pela manhã, a Senadora Ideli Salvatti fazendo uma saudação à Dona Ruth Cardoso; ouvi tantas pessoas que se manifestaram, inclusive a apresentadora Ana Maria Braga, que se perdeu, num determinado momento, em seu programa, dizendo que era muito amiga de Dona Ruth Cardoso e, por isso mesmo, ela não estava conseguindo fazer o seu programa corretamente.

Então, a Dona Ruth Cardoso deixa entre nós uma lacuna, realmente, muito grande. Para aquelas pessoas que pensam na social democracia como uma forma de nós, realmente, encontrarmos uma sociedade mais perfeita, mas não apenas entre os sociais democratas, mas também entre todas aquelas pessoas que querem, de uma forma ou de outra, chegar a uma perfeição maior da sociedade, a Dona Ruth Cardoso, realmente, deixa saudade. Por isso eu faço questão, Sr. Presidente, neste momento em que nós estamos no tempo de Liderança do nosso Partido, em nome do Ver. Claudio Sebenelo, em meu nome - e eu espero que em nome da Casa -, fazendo esta saudação à memória da Dona Ruth Cardoso, de solicitar à Presidência da Casa que faça um minuto de silêncio, para que nós possamos, nesse minuto, refletir sobre essa figura magistral que foi Dona Ruth Cardoso e sobre a saudade que ela deixa entre todos nós.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito obrigado, Ver. Luiz Braz. Está deferido o seu pedido de um minuto de silêncio pelo passamento da grande dama brasileira, Dona Ruth Cardoso.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; colegas Vereadores, Vereadoras; senhores e senhoras, em nome do nosso Partido, o Partido dos Trabalhadores, eu gostaria de trazer a esta tribuna uma discussão que se estende por toda a Cidade e que diz respeito aos processos de licenciamento dos Projetos do Executivo Municipal, principalmente os Projetos relacionados às Áreas de Interesse Cultural. É sabido que o Executivo Municipal, que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, no uso de suas atribuições legais, constituiu o Comitê Gestor Específico para a análise das Áreas de Interesse Cultural do Município de Porto Alegre - as AEICs -, que era composto pelo Secretário Municipal da Cultura; pelo Secretário de Gestão e Acompanhamento Estratégico; pelo Secretário Municipal de Planejamento, e pelo titular da Equipe de Patrimônio Histórico e Cultural - Epahc. O referido Comitê Gestor era presidido pelo Secretário Municipal da Cultura, foi constituído para análise das Áreas de Interesse Cultural do Município de Porto Alegre e tem competência decisória balizada e limitada pelo estudo promovido pelos técnicos dos órgãos competentes da Administração Pública de Porto Alegre, produto da revisão e atualização do trabalho municipal em 2007. Essa Comissão, prezada Verª Margarete Moraes, nossa Líder - que tem interesse na área da cultura no Município de Porto Alegre -, acaba de ser desconstituída judicialmente. Eu gostaria de anunciar a todos colegas Vereadores e Vereadoras que o Ministério Público entrou com uma ação pública contra o Prefeito Municipal e determinou uma liminar que diz o seguinte (Lê a Liminar.): “Liminarmente, inaudita altera parte, seja determinada a suspensão da eficácia da Portaria nº 59 de 23 de abril de 2008, bem como de todos os atos administrativos expedidos até o momento com base no referido instrumento, inclusive todos os atos praticados pelo Comitê Gestor, sob a pena de multa no valor de 500 mil reais por cada ato praticado em desobediência à determinação judicial destinada ao recolhimento do Fundo Estadual do Desenvolvimento Social do Estado do Rio Grande do Sul, na forma do art. 12 da Lei Estadual nº 10.529”. E o segundo (Lê.): “Seja julgada totalmente procedente a presente ação Civil Pública para decretar a nulidade da Portaria nº 59 de 23 de abril de 2008, com a eficácia ex tunc, e de todos os atos praticados com base no referido instrumento, bem como dos efeitos daí decorrentes. Dar-se-á à causa o valor de alçada, pois inestimável o objeto da demanda”.

Portanto, colegas Vereadores e Vereadoras, explicando aqui, Verª Sofia Cavedon e Ver. João Dib, foi a Comissão constituída pelo Prefeito de uma maneira ilegal, irregular, para tomar as decisões sobre projetos da Cidade que incidem sobre as Áreas de Interesse Cultural. Então o Juiz, o Ministério Público determinam a suspensão dessa medida e do Comitê constituído pelo Sr. Prefeito com o conjunto de Secretários, tornando nulas todas as decisões tomadas por esse Comitê, determinando que fossem seguidas a legislação e o Plano Diretor da Cidade de Porto Alegre. E mais, determina uma multa de 500 mil reais por cada ato cometido pela Administração Pública através do Comitê, sob a responsabilidade, Sr. Presidente, do Sr. Prefeito Municipal. É importante, porque daqui a alguns minutos estaremos recebendo justamente o Prefeito Municipal nesta Casa, que poderá, inclusive, dar explicações por que esse ato foi julgado como uma ilegalidade no Município de Porto Alegre. Muito obrigado, senhoras e senhores.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Carlos Comassetto.

O Ver. Dr. Goulart solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 23 de junho de 2008 a 30 de junho de 2008. A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Márcio Bins Ely, que integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos e Segurança Urbana – CEDECONDH -, em função da impossibilidade de o Suplente Mario Fraga assumir a Vereança.

 

(O Ver. Sebastião Melo assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Obrigado, Ver. Claudio Sebenelo, pela condução dos trabalhos até o presente momento.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Apregoamos a Emenda de Liderança nº 02, de autoria do Ver. João Antonio Dib, ao PLL nº 072/04. (Lê.) “Art. 10, § 2º - O regulamento desta Lei definirá parâmetros e procedimentos visando a economicidade das edificações e a viabilidade técnica para atender o caput deste artigo”.

Apregoamos a Emenda de Liderança nº 03, de autoria do Ver. João Antonio Dib, ao PLL nº 072/04. (Lê.) “Art. 1º - Acrescenta-se ao parágrafo único do art. 14º a seguinte redação: Art. 14º ‘... projetos, visando à viabilidade técnica nos termos do Art. 10, §2º ’ ”.

Apregoamos a Emenda nº 04, de autoria do Ver. Professor Garcia, Líder do Governo, ao PLL nº 072/04. (Lê.) “Acrescenta item IV ao art. 4º do Projeto de Lei, com a seguinte redação: Inciso IV – Intensificação da fiscalização relativamente a ligações irregulares ou clandestinas na Rede de Água e em ramais, assim como fraudes nos hidrômetros”.

Apregoamos a Emenda nº 05, da autoria da Verª Margarete Moraes e do Ver. Guilherme Barbosa, ao PLL nº 072/04. (Lê.) “Acrescenta parágrafo ao Art. 11, com a seguinte redação: § único – Estas ações referem-se, apenas, ao inciso I do art. 8º, ou àquelas relacionadas às águas do sistema público de abastecimento”.

Em votação Requerimento de autoria do Ver. João Antonio Dib, solicitando dispensa do envio das Emendas nºs 02 e 03 ao PLL nº 072/04 à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação Requerimento de autoria do Ver. Professor Garcia, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 04 ao PLL nº 072/04 à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação Requerimento de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 05 ao PLL nº 072/04 à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1841/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 072/04, de autoria do Ver. Beto Moesch, que institui o Programa de Conservação, Uso Racional e Reaproveitamento das Águas nas edificações. Com Emenda Nº 01. (Desarquivado pela Verª Mônica Leal.)

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação da matéria;

- da CEFOR. Relator Ver. Carlos Todeschini: pela rejeição do Projeto (Empatado);

- da CUTHAB. Relator Ver. Mario Fraga: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relatora Verª Mônica Leal: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia em 22-02-06;

- discutiram a matéria os Vereadores Beto Moesch, Carlos Todeschini, Luiz Braz, José Ismael Heinen, Guilherme.Barbosa, Maria Luiza (cedeu p/ Beto Moesch) e Carlos Comassetto.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 072/04.

Já discutiram este Projeto os Vereadores: Beto Moesch, Carlos Todeschini, Luiz Braz, José Ismael Heinen, Guilherme Barbosa, Maria Luiza, que cedeu seu tempo para Ver. Beto Moesch, e Ver. Carlos Comassetto.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra discutir o PLL nº 072/04, por cedência do Ver. Aldacir Oliboni.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras. Ver. Aldacir Oliboni, agradeço a V. Exª pela cedência do tempo à minha Bancada do Partido dos Trabalhadores. Realmente nós levantamos, aqui, alguns questionamentos na nossa manifestação da última segunda-feira, Ver. Adeli, porque o Projeto, como estava, gerava muitas dúvidas e, ao mesmo tempo, a necessidade de uma melhor definição das questões.

Vejo que hoje há, pelo menos, três Emendas novas apresentadas aqui na presente Sessão, que tentam dar conta, tentam produzir o equilíbrio e o fechamento das questões suscitadas, pois, se a idéia é válida, nós, como Poder Público, não podemos gerar dificuldades, não podemos criar problemas para o desenvolvimento da Cidade, nem inventar coisas que são tecnicamente e economicamente insustentáveis.

Assim parece-me que era o Projeto original, e a própria Liderança do PP, Ver. João Antonio Dib, apresenta Emendas a partir das críticas que nós fizemos ao Projeto. Por quê? Porque não poderia ser simplificadamente aprovado um texto de lei que, depois, se sancionado, tornaria inviável as coisas na prática.

Acho que há ainda outros problemas, mas, de fato, as Emendas apresentadas - eu vi duas da Liderança do PP, do Ver. João Antonio Dib, e mais uma Emenda de Liderança do Ver. Professor Garcia - procuram atenuar os problemas que, no meu entendimento, este Projeto viria a criar.

O debate que se produziu aqui foi importante, ele alertou para os problemas e dificuldades, porque a Lei que nós temos, as leis que nós produzimos têm que vir ao encontro da Cidade. Elas devem servir para ordenar e facilitar a vida das pessoas, e do desenvolvimento da Cidade, sobretudo. Não é porque uma idéia, em princípio, é boa que ela pode ser materializada na prática de qualquer jeito, que é a forma como estava. As Emendas do Ver. João Antonio Dib, a partir da nossa crítica, tratam de corrigir esse problema. Ainda bem que isso aconteceu, que se deu espaço para o debate, que houve o acordo para adiar, por uma Sessão, a votação do Projeto, para que ele possa ser reorganizado, pelo menos em parte, a partir das Emendas apresentadas.

Eu quero dizer mais: quando Diretor do DMAE fui procurado, fui visitado por vários pesquisadores, estudantes de Graduação, estudantes de Mestrado, estudantes de Doutorado que trabalham na idéia do uso racional da água. Isso, para alguns lugares, até se impõe como uma necessidade, mas não é exatamente o nosso caso, porque nós temos um manancial, o Guaíba, que, para cada litro retirado para o abastecimento público, tem uma produção de 300 litros. Então, temos um farto manancial, que tem que ser cuidado, que tem que ser preservado, mas que, também, não pode, por uma norma, por uma lei, criar dificuldades para o bom andamento da vida das pessoas e do desenvolvimento da Cidade.

Em algumas regiões, como São Paulo, por exemplo, isso se impõe, porque não existe fonte de manancial que dê conta da necessidade; lá, para cada litro consumido, um é produzido pelo manancial. Não é o nosso caso.

Da mesma forma, tem que ser olhada a idéia da captação da água da chuva. Se a idéia é suprir, com água da chuva, os reservatórios para os usos não-nobres de uma residência, como a rega, a limpeza do pátio e outros, na verdade, quando não chove, não se tem água da chuva para armazenar. Ou fazem-se reservatórios gigantes, que implicam custos, controle e dificuldade nas edificações, ou, se isso não acontecer, nós não vamos ter reserva de água; portanto, da chuva não vamos reservar água, muito menos teremos água armazenada. Creio que valeu o adiamento por uma Sessão, porque este Projeto precisa ser aperfeiçoado sob pena de criar problemas para todos. Obrigado pela atenção.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, quero informar que a chegada do Sr. Prefeito, que estava prevista para as 14h45min, será às 15h. Assim que ele chegar, eu convidarei os Srs. Líderes ou representantes de Bancada para receber o Prefeito, e o Vice-Presidente da Casa ou alguém da Mesa continuará dirigindo os trabalhos. Será uma recepção rápida, e voltaremos à Sessão Plenária.

Não há mais quem queira discutir o PLL nº 072/04. Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Carlos Todeschini, o PLL nº 072/04. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 18 votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, a Emenda nº 01 ao PLL nº 072/04, de autoria do Ver. Raul Carrion, que suprime o parágrafo único do art. 5º do Projeto, com o seguinte teor (Lê.): “Nos condomínios, além dos equipamentos para o combate ao desperdício de água, serão instalados hidrômetros para medição individualizada para o volume de água consumido”. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 01 voto SIM, 16 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.

Em votação a Emenda n° 02 ao PLL nº 072/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda nº 03 ao PLL nº 072/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda nº 04 ao PLL nº 072/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda nº 05 ao PLL nº 072/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

O Ver. Nilo Santos solicita Licença para Tratamento de Saúde para a Verª Maria Luiza na data de 25 de junho de 2008, e não assumirá nenhum Suplente.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 4106/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 180/06, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que altera o inciso I do art. 3º da Lei n. 9.989, de 5 de junho de 2006, que assegura aos estudantes matriculados em estabelecimentos de ensino regular e aos jovens com até quinze anos o direito ao pagamento de meia-entrada em atividades culturais e esportivas, incluindo a Carteira Escolar como documento de identificação para a concessão do benefício. Com Emenda nº 01. Com Subemenda nº 01 à Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relatora Verª Maristela Meneghetti: pela rejeição do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Elói Guimarães: pela rejeição do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 10-12-07;

- adiada a discussão por três Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 180/06. (Pausa.) O Ver. Mauro Zacher está com a palavra para discutir o PLL nº 180/06.

 

O SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; demais Vereadores e Vereadoras, público que nos acompanha aqui nas galerias, aqueles que nos assistem pela TVCâmara, eu faço questão de vir a esta tribuna e me manifestar em relação a este Projeto de Lei apresentado pelo Ver. Oliboni, que garante também ao estudante de até 15 anos o direito ao pagamento de meia-entrada em atividades culturais e esportivas, incluindo a carteira escolar como documento de identificação para a concessão do benefício. Não poderia ser diferente, este Vereador é favorável ao Projeto do Ver. Oliboni, porque nós estaremos não só oportunizando àqueles jovens que já todo ano confeccionam as suas carteiras escolares para o benefício da passagem escolar, uma carteira que identifica e reconhece o jovem estudante, que tem tão poucas possibilidades de acesso à cultura, tão poucas possibilidades de assistir a um show, a um espetáculo, ao teatro, ao esporte.

Então, este Projeto, Ver. Oliboni, realmente dá a possibilidade de os nossos jovens, quando vão, lá no início do ano, confeccionar as suas carteiras escolares, já pagarem por isso anualmente e terem - Ver. Márcio Bins Ely, que assume nesta Casa, hoje - também o direito garantido, e a custo único. Essa Carteira lhe dá direito de o jovem se identificar, bem como a ter desconto no transporte, com a passagem escolar – é uma conquista dos estudantes. E nós, que viemos do movimento estudantil, há muito tempo lutamos pela meia-entrada. É bem verdade que esta meia-entrada não é aquela de que nós gostaríamos. Gostaríamos que qualquer estudante, como em qualquer outro lugar do mundo, tivesse, como incentivo do Estado, a possibilidade de ingressar em qualquer espetáculo esportivo ou cultural pagando 50% do valor do ingresso. É bem verdade que não funciona assim na nossa Cidade. Depois de uma longa briga, uma longa luta dos estudantes, conseguimos, em parte, descontos em alguns períodos e mais esse direito, Ver. Márcio, de poder usar a carteira, sem briga daquela instituição, daquela representação estudantil, que possibilita ao estudante, que anualmente já arca com este custo, ter a carteira escolar, que garante para ele o benefício do transporte.

Então, não poderia ser diferente. Nós usamos esta tribuna diversas vezes - diversas vezes! - para lutar pelos interesses da juventude da nossa Cidade, lutar para que os nossos jovens tenham cada vez mais oportunidades, sejam elas no mercado de trabalho, sejam elas na educação, sejam elas por um olhar diferenciado desta Cidade, como fez esta Casa, aqui, a Câmara de Vereadores quando criou a Secretaria Municipal da Juventude. E eu tive o orgulho, também, de assinar, como Secretário, essa Lei que deu garantia à meia-entrada. Agora, então, nós votaremos favoravelmente, porque este Projeto é muito bom para os estudantes, é muito bom para os jovens, que gastarão menos, porque usarão a mesma carteira para ter acesso aos eventos esportivos e culturais, garantindo, assim, a meia-entrada. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convido os Srs. Líderes de Bancada para que se aproximem da Presidência para que eu possa tirar uma dúvida com o nosso Diretor Legislativo. (Pausa.) Srs. Vereadores, peço atenção para a seguinte questão – especialmente a atenção da Bancada do Partido dos Trabalhadores: acordamos aqui que a Sessão não seja interrompida, porque, se a maioria dos Vereadores for lá receber o Prefeito, e for submetida, aqui, uma matéria, vai se encerrar a Sessão. Então, vamos suspender a Sessão por 15 minutos, quando o Sr. Prefeito chegar. Após retomaremos os trabalhos para que possamos prosseguir com as nossas votações.

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 180/06.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que acompanha o Canal 16, este Projeto vem fazer uma correção, eu diria, de uma injustiça que foi feita com os DCEs e com os grêmios estudantis. Foi aprovado há pouco tempo nesta Casa que só a UNE e a UBES podiam emitir a carteira escolar. A partir da aprovação e sanção desse Projeto, só ficaram legitimadas a UNE e a UBES para emitir as carteirinhas dos estudantes. Sabemos nós que nem 5% dos estudantes - pediria a atenção dos nobres Vereadores - o faz. O que eles fazem? Eles procuram os DCEs e os grêmios estudantis; por causa disso, os grêmios estudantis e DCEs - já lhe dou aparte, Ver. João Antonio Dib - entraram com uma liminar e ganharam. Hoje, então, o estudante solicita ao DCE uma comprovação de que ele é aluno daquela escola, vai até a EPTC, e, ali, é emitida a Carteira Escolar; à Carteira Escolar é dado o crédito, ou de 50 passagens, ou de 75 passagens; enfim, esta é a Carteira Escolar. Esta mesma Carteira Escolar, hoje, passa a ser aceita nos espetáculos culturais de Porto Alegre, por uma decisão dos promotores da cultura. Os promotores da cultura já reconhecem a Carteira Escolar emitida pela EPTC, Ver. João Antonio Dib, como um documento legítimo. E não é por menos, porque não teria sentido eu passar na roleta do ônibus e ser aceita a Carteira Escolar e, logo ali adiante, quando eu for assistir a um espetáculo, ela não ter validade. Por esta razão é que eu peço, aqui, a colaboração dos nobres Vereadores para votar a favor do Projeto, porque é de extrema importância para os estudantes da nossa Cidade.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Aldacir Oliboni, hoje, aquele estudante portador de Carteira de Estudante recebe o benefício. Para os grêmios estudantis, para os centros acadêmicos, o fornecimento da Carteira de Estudante é uma fonte de receita e é uma fonte de controle, também. Nós estaríamos tornando sem efeito isso, dificultando a vida dos grêmios estudantis e dos centros acadêmicos.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Pelo contrário. V. Exª ouviu, aqui, o Ver. Mauro Zacher, como também poderá ouvir muitos outros que já passaram pelos DCEs. V. Exas. vão perceber que, hoje, os DCEs emitem esse documento de encaminhamento à EPTC e têm uma receita de R$ 12,00. Os grêmios estudantis, os DCEs, estão trabalhando desta forma, por causa de uma liminar. Se nós perdermos a liminar, volta o poder à UNE e à UBES e, aí, eles terceirizam os serviços, como já estão terceirizados, como por exemplo, a Globo. Então, nós entendemos que devolver o direito aos DCEs e aos grêmios estudantis é uma forma, também, legítima, claro, porque eles sobrevivem desta receita. Mas eles fazem esse encaminhamento apenas para a emissão da Carteira Escolar, que é tirada na EPTC. Nós estamos legitimando a Carteira Escolar emitida pela EPTC, que, aí, sim, tem um controle. Ninguém vai falsificar uma carteirinha, porque a EPTC, que emite a carteira, dá o crédito, o número de passagens que o estudante pode usufruir. É neste sentido que eu peço o apoio aos nobres Vereadores, para que se corrija a distorção que foi feita há muito tempo, e que tirou o poder dos DCEs, dos grêmios estudantis, que são uma forma de sobrevivência dessas entidades.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir o PLL nº 180/06.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Excelentíssimo Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; na pessoa de V. Exª quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, público que nos assiste nas galerias, na TVCâmara, senhoras e senhores. Venho a esta tribuna hoje, na Ordem do Dia, discutir o Projeto de Lei de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, o PLL nº 180/06, que altera o inciso I da Lei nº 9.989, de 5 de junho de 2006, que assegura aos estudantes matriculados em estabelecimentos de ensino regular e aos jovens com até 15 anos o direito ao pagamento de meia-entrada em atividades culturais e esportivas, incluindo a Carteira Escolar como documento de identificação para a concessão do benefício. Inicialmente é importante que nós possamos fazer uma reflexão aqui, Verª Neuza, também em virtude da fala dos Vereadores que me antecederam, Ver. Mauro Zacher e Ver. Aldacir Oliboni, no que diz respeito ao acesso dos jovens à cultura e ao lazer, pois são atividades que, na sua maioria, têm um custo elevado.

Então, nesse contexto, e nós sabendo que hoje a dificuldade, a crise que o Brasil enfrenta, não só a crise institucional, mas também a crise econômico-financeira, remete a uma grande maioria, a uma gama fundamental e importante de jovens que acabam tendo pouco recurso ou poucas condições de investir em atividades culturais para investir na sua formação. Então, quando um Projeto de Lei, como este de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, vem justamente no sentido de dar a oportunidade, e legitimar quem já é legitimado, por ser estudante, através da facilitação de um mecanismo de identificação, nós temos que caminhar no sentido de ombrear o Vereador e acompanhar a iniciativa deste Projeto, porque, em realidade, o que ocorre é que, por Lei, o jovem tem direito à meia-entrada, a pagar a metade do custo de uma entrada quando ele é estudante. Então, nada mais justo de que, a partir do momento que se tenha uma identificação, que é a identificação, por exemplo, da passagem escolar, como está colocado aqui, possa-se considerar esse como um documento formal possibilitando, então, que através da sua apresentação, o jovem tenha direito a esse direito que lhe confere a Lei de pagar meia-entrada ou a metade do custo de uma atividade cultural ou esportiva, como mencionada aqui na legislação.

Eu quero dizer que nós sabemos das inúmeras dificuldades por que passam os jovens no nosso País, seja por falta de oportunidades de emprego, seja por falta de vagas nas escolas. Nós sabemos que o índice de formação em nível superior, hoje, no nosso País está em cerca de 1% da população, o que é um nível muito baixo. Então, se pelo menos com alguns mecanismos, nós, através da Câmara Municipal – e aí cumprimentamos a iniciativa do Ver. Aldacir Oliboni – pudermos facilitar o acesso dos jovens às atividades esportivas e culturais - e a inclusão social, através do esporte e da cultura, é fundamental no contexto da nossa sociedade -, acredito que nós estaremos fazendo um bem.

Então, na condição de membro da Bancada jovem desta Casa, quero me somar a esta iniciativa e dizer que é fundamental facilitarmos o acesso dos jovens estudantes às atividades culturais. E que bom que o Ver. Aldacir Oliboni encontrou esta forma de facilitar a identificação dos jovens, para que eles possam ter esse desconto que a Lei lhes confere, que é o direito do desconto de 50% ou de meia-entrada nas atividades culturais e esportivas na nossa Capital. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Estão suspensos os trabalhos para recebermos o Sr. Prefeito Municipal, José Fogaça.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h14min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 15h39min): Estão reabertos os trabalhos.

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 180/06.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, essa iniciativa, Ver. Oliboni, é muito importante, porque nós temos que pensar, sempre, que temos uma grande tarefa na área da Educação, que é fazer do processo educacional um processo de formação para a democracia, para a participação e para a cidadania. Nós já superamos, na discussão em Porto Alegre, a idéia de uma Educação afastada da vida, de uma Educação apenas intelectual, no quadro-negro, e a negação do aluno inteiro, do aluno-cidadão, do aluno que aprende o sistema político e aprende a se localizar e se organizar na combinação, no contrato social que se chama Estado Público, e na execução de políticas públicas.

Esta proposta fortalece a Carteira Escolar, emitida pela EPTC, e que é encaminhada pelos grêmios estudantis, porque é o momento em que ela tem mais poder, mais utilidade para se entrar num cinema, para se entrar num espetáculo cultural; ela passa a ter mais valor ainda do que tem enquanto identificação estudantil ou passagem escolar. Hoje, na vida real, a carteira estudantil é uma forma de educação, é um passaporte, e, em muitos cinemas, basta apresentá-la e os estudantes conseguem a meia-entrada ou uma parte do desconto daquele dia da semana, e isso acaba sendo um facilitador.

Mas eu chamo atenção, e já acompanho, há alguns anos, a discussão do Governo Fogaça com os grêmios estudantis, pois já é o terceiro ano em que há um movimento, no início do ano, de criar regras, de mexer nas regras, e os grêmios estudantis sempre se colocam contrários a qualquer centralização, Ver. Mauro Zacher. Há argumentos de que os grêmios estudantis têm problemas com suas prestações de contas, mas só assim, aprendendo com a democracia, um grêmio estudantil de Ensino Médio poderá crescer. Ora, como não vamos entender que acontecem problemas nos grêmios estudantis? Mas a nossa obrigação enquanto Governo, enquanto direção de escola, e enquanto Parlamento é retomar, é acompanhar, é investir na organização, na autonomia dos nossos estudantes.

Então, parece-me importante essa valorização da Carteira Escolar, porque nós queremos que o Grêmio Estudantil do Julinho continue fazendo a Carteira Escolar, mais ainda, porque os alunos dão valor para ela, para além da passagem que ela viabiliza, porque ela é uma identificação; porque ela permite o desconto na entrada do cinema; porque ela identifica o jovem para diferentes momentos da sua vida. Isso é algo importantíssimo, de vivência de cidadania, de relação com o seu grêmio estudantil. Nós temos uma avançada despolitização, herança de 30 anos de ditadura militar que proibiu, que colocou na ilegalidade os diretórios acadêmicos, os grêmios estudantis; que retirou da nossa formação tão linda experiência, que é a vivência da democracia, da agremiação, da organização ainda enquanto estudantes para reivindicar os seus direitos.

Parece que é uma medida simples que evita centralização. Eu não acho que só a Umespa ou a UGES vão dar conta de toda a identificação dos nossos estudantes, inclusive, para garantia desses direitos. Nós temos muita polêmica nas eleições estudantis, eu não quero aqui tomar partido de A ou de B. Nós temos uma fragilidade por óbvio de organização dos estudantes, por óbvio pela sua idade, pela dificuldade que as escolas têm, inclusive, de pessoal; as escolas estaduais não têm nem orientadora educacional que possa fazer reunião fora de aula com os alunos, inclusive para dar suporte a uma organização estudantil. Então, deixar que apenas a UBES, a Umespa e a UNE sejam as que geram as carteiras para fim da meia-passagem é impedir, é desestimular a organização de grêmios estudantis em todas as escolas do Ensino Médio, e acho que nós temos que caminhar no caminho inverso: do estímulo, da responsabilidade, de apostar na responsabilidade que eles têm de elaborar a carteirinha, de cobrar aquela taxa, de prestar contas para os seus colegas, de estimulá-los a se organizar, a discutir a sua escola, discutir essa parte da política pública da qual eles participam como estudantes, como cidadãos. Portanto, eu tenho certeza de que essa vivência em democracia, essa aprendizagem de democracia vai fazer com que a nossa sociedade se torne muito melhor daqui a algumas gerações, porque já estaremos vivendo-a desde a escola. Então, esta é uma medida singela, mas importante, Ver. Aldacir Oliboni, a descentralização e o fortalecimento dos grêmios estudantis, através da Carteira Escolar. O nosso apoio, com certeza. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não havendo mais quem queira discutir, encerrada a discussão. Em votação o PLL nº 180/06. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com a abstenção do Ver. João Antonio Dib e do Ver. Professor Garcia.

Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 180/06, que altera a redação do artigo 1º nos seguintes termos (Lê.): “Art. 3º - Inciso I: Os estudantes matriculados em estabelecimentos públicos ou particulares de Ensino Fundamental, Médio, Superior, de Pós-Graduação lato sensu e stricto sensu, de cursos técnicos, pré-vestibulares e de ensino de jovens e adultos, devidamente autorizados a funcionar na forma da legislação vigente, que portarem a Carteira de Identificação Estudantil (CIE) ou a Caderneta de Passagem Escolar, confeccionada, emitida e distribuída por sua entidade representativa e chancelada pela Empresa Pública de Transportes e Circulação - EPTC”. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 ao PLL nº 180/06, com o seguinte teor (Lê.): “Acrescente-se, ao final da redação proposta pela Emenda nº 01 ao PLL nº 180/06, a expressão ‘ou, ainda, cartão magnético destinado à passagem escolar, emitido pela EPTC (TRI), bem como quaisquer outros documentos que venham a suceder os antes nominados’”. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como estão. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 7034/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 209/07, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que institui o Mês do Idoso, a ser comemorado anualmente, entre os dias 21 de setembro e 20 de outubro, que passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre, e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Almerindo Filho: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação da Emenda nº 01;

- da CECE. Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observações:

- prejudicada a votação da Emenda nº 01, nos termos do art. 56, § 4º, I, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 02-06-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 209/07. (Pausa.) Não há mais quem queira discutir, encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como estão. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3840/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 163/04, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que institui o Projeto de Habitação Popular (PHP), cuja finalidade é a devolução ou crédito do ITBI, IPTU, ISSQN e de taxas relativas à aprovação de projetos, alvarás, licenciamentos e cartas de habite-se às empresas construtoras habilitadas que executarem projetos destinados à construção de habitações populares no Município e dá outras providências. Com Substitutivo nº 01 (de autoria dos Vereadores Maristela Meneghetti e Carlos Comassetto). Com Emendas nos 01 e 02 ao Substitutivo. (Desarquivado pela Verª Maristela Meneghetti.)

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Carlos Todeschini: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e pela existência de óbice da Emenda nº 01; Relator Ver. Marcelo Danéris: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Substitutivo nº 01 e da Emenda nº 01 ao Substitutivo e pela existência de óbice das Emendas nºs 02, 03, 04 ao Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela rejeição do Projeto, do Substitutivo nº 01 e da Emenda nº 01 ao Substitutivo;

- da CUTHAB. Relator Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 02, 03 e 04.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 113 da LOM;

- prejudicada a votação das Emendas nos 01, 02, 03 e 04 ao Projeto, nos termos do art. 56, § 1º, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 03-10-07, por força do art. 81 da LOM;

- discutiram a matéria os Vereadores Carlos Comassetto e Carlos Todeschini;

- adiada a discussão por cinco Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 163/04 e o Substitutivo nº 01. (Pausa.)

 

O SR. PROFESSOR GARCIA (Requerimento): Solicito adiamento de discussão deste Projeto por uma Sessão.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, o Líder do Governo, mais uma vez, pede o adiamento para discussão, eu pergunto, porque num outro momento, fiz um acordo com a Verª Clênia Maranhão de postergarmos para dirimir possíveis dúvidas. Não há problema em pedir, mas que nós pudéssemos votar antes do recesso, assumir o compromisso, antes do recesso, de enfrentarmos esse tema.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, na realidade, o motivo da solicitação do adiamento, é por eu estar aguardando uma posição do Executivo sobre o tema.

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero informar a V. Exª, Ver. Professor Garcia, Líder do Governo, que não cabe mais adiamento de discussão, conforme o Espelho aqui distribuído; poderá haver de votação. Portanto, o Requerimento de V. Exª está indeferido.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Vamos fazer, então, o adiamento da votação?

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): No momento oportuno, sim.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: No momento da votação.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quando encerrar a discussão, V. Exª tem a faculdade de reintroduzir o Requerimento para adiamento da votação. Mas, neste momento, está em discussão a matéria.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Pois não.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLL nº 163/04 e o Substitutivo nº 01, por cedência de tempo do Ver. Marcelo Danéris.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores e Vereadoras, prezado Ver. Professor Garcia, Líder do Governo, que nos pede para adiar novamente a discussão ou a votação do Projeto. Quero dizer que este Projeto foi construído a muitas mãos, inclusive, com o setor municipal, Ver. Maurício Dziedricki, com o DEMHAB, que sentou à mesa de construção durante todo o período; junto com a Sociedade de Engenharia, junto com o Movimento da Luta pela Moradia; junto com as entidades comunitárias, e foi construído um Substitutivo do Projeto do então Ver. Pujol. Qual é a essência do Projeto que aqui apresentamos? (Lê.): “... instituindo, no âmbito municipal, o Programa de Incentivo à Produção de Empreendimentos Habitacionais de Interesse Social (...) desde que vinculado a cooperativas, associações, entidades da sociedade civil ou programas oficiais desenvolvidos pelo Poder Público municipal, estadual ou federal.”

Este Projeto é muito simples. Os recursos públicos que vêm do Governo Federal para Porto Alegre - ou que poderiam vir ou que deveriam vir a Porto Alegre – são predeterminados, como os recursos para o PAR, em que 32 mil reais são para um imóvel de até 30 metros quadrados. Mas o quê acontece? Porto Alegre tem um solo que é mais caro, e os tributos que incidem sobre esse recurso são retirados do investimento do projeto, e deixam de ser investidos no projeto. Os Municípios da Região Metropolitana e todos os Municípios médios do Rio Grande do Sul já realizaram essas legislações pegando os recursos do ISSQN, do ITBI e outros e jogaram para dentro do programa. É essa iniciativa que nós estamos sugerindo, porque com isso Porto Alegre passa a ser competitiva e poderá atrair mais recursos públicos federais para investir justamente na habitação de interesse social. Essa habitação, hoje, é uma agenda que nós precisamos investir, e esse programa está direcionado para as famílias que ganham de zero a cinco salários mínimos. Portanto, é aquele dinheiro que vem, inclusive, subsidiado.

Bem, se as famílias hoje moram irregularmente, elas não pagam água, não pagam luz, não pagam IPTU, nenhum outro tributo, até porque não têm esses benefícios. Com um Projeto como este, essas famílias serão incluídas na Cidade, terão endereço, terão uma agenda dos serviços fixos, como água, luz, não precisarão mais ter aqueles “gatos” de energia elétrica, que é um risco para as famílias de baixa renda. Então o objetivo deste Projeto é fortalecer os programas municipais através dos incentivos que hoje são oferecidos pelo Ministério das Cidades. Inclusive, Ver. João Antonio Dib, o senhor que é do Partido Progressista, nós discutimos essas diretrizes no Conselho Nacional das Cidades com o Ministro Márcio Fortes, que orienta os Municípios para criar condições, para captar mais recursos do Governo Federal, do Ministério das Cidades, para desenvolver os programas no Município.

Então esses tributos só serão cobrados se o recurso vier; se não vem recurso, não tem como cobrar tributo. Portanto nós estamos propondo aqui que não sejam cobrados esses tributos, o ISSQN e outros, que incidem sobre o dinheiro público subsidiado, e que ele seja 100% aplicado no Projeto. Não se traduzem nenhum benefício para as empresas que constroem, por exemplo, e, sim, em condições para que nós possamos investir mais e melhor na habitação de interesse social.

Para terminar, eu digo que nós discutimos este Projeto com o então Secretário Tessaro, na época, ele sentou à mesa, discutimos com a sua equipe, nós entregamos esse documento à Procuradoria do Município, fizemos duas reuniões com a Fazenda, Ver. Garcia, que nos pediu uma Emenda, entregamos ao Breda e ao Cristiano Tatsch, para construir a possibilidade de nós aprovarmos este Projeto, porque ele é bom para a Cidade e bom para a política habitacional do Município. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Carlos Todeschini assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 163/04 e o Substitutivo nº 01.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Carlos Todeschini; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quando nós recebemos pela primeira vez este Projeto, então com autoria do Vereador Reginaldo Pujol, fomos contrários à tramitação da forma como ele foi colocado aqui na Casa, porque acreditávamos que ele acabava ferindo algumas regras tributárias que teríamos que preservar para não cometermos inconstitucionalidades. Posteriormente, o Projeto foi trabalhado, e hoje temos aqui o Substitutivo nº 01, que, se não me engano, é de autoria do Ver. Carlos Comassetto .

Ver. Carlos Comassetto, estava ouvindo V. Exª discorrer aqui na tribuna e acredito que nós vamos precisar realmente de algum tempo, mas temos que fazer todo o esforço para votarmos o mais rápido possível. Acho que a idéia é muito boa, desde que ela veio do ex-Vereador Pujol, já achava que era muito boa. Só que nós estamos mexendo, aqui, em tributos, e V. Exª fala em isenção. O art. 2º diz “isenção do pagamento do Imposto do Serviço de Qualquer Natureza”. Quando eu trabalho com a isenção, eu trabalho com a regra do art. 150 da Constituição. Se eu estou, na verdade, dando isenção para alguma coisa - e são várias as isenções aqui: do pagamento do Imposto Sobre Propriedade Predial, do pagamento do Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza, do pagamento do Imposto Sobre a Transmissão Intervivos -, eu sou obrigado a trabalhar com as regras do art. 150 da Constituição, porque é lá que, na verdade, nós temos todo o regramento para as isenções. Então, temos que ter um projeto exclusivo com relação a essas isenções. Eu não vou dizer que eu não tenha aqui um Projeto exclusivo, muito embora trate de outras matérias, mas poderia até se aceitar que essas isenções atendem a essas regras do art. 150 da Constituição. Mas existem outros, com relação, por exemplo, Ver. Carlos Todeschini, ao que vai refletir, no que poderia ser arrecadado e que não vai ser arrecadado. E aí diz também a outra regra: nós temos que ver todo o impacto que vai causar pela isenção que vai ser concedida. Então eu acredito que, se só nós não tivermos esses cálculos dentro do Projeto – e eu sei que são cálculos difíceis de ser colocados, tanto é que isso inibe muito a que nós possamos legislar sobre as isenções -, nós corremos perigo de o Projeto ser vetado e de ele não poder, mais tarde, ser executado. Mas acho que a idéia é muito boa.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)

Muito obrigado, Ver. Luiz Braz, inclusive pela reflexão que o senhor traz. Nós fizemos três reuniões com o Secretário Municipal da Fazenda, fazendo justamente essa discussão e essa análise. E nós votamos aqui, nesta Casa, um Projeto com o mesmo sentido, encaminhado pelo Executivo Municipal. Portanto eu também estou-me reportando ao conceito de um Projeto do Executivo e a uma decisão política que esta Câmara tomou - inclusive a nossa Bancada votou favoravelmente -, utilizando o mesmo princípio, que é o princípio de estender a possibilidade de atrair recursos, para que eles possam ser investidos na Cidade e, a partir daí, sim, gerar riqueza social e também tributária.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sim, mas eu lembro bem de que, no Projeto que veio do Executivo, existiam cálculos a respeito da repercussão ou do impacto que iria causar. Eu só gostaria, Ver. Todeschini, até porque quero votar favoravelmente ao Projeto, que V. Exª pudesse realmente dar esse tempo - e eu não sei qual foi o tempo, o prazo pedido pelo Ver. Garcia - para poder trabalhar as falhas que poderiam, porventura, vir a colocar em risco uma idéia que é boa, mas que precisa atender àquilo que a Constituição nos indica em termos de Direito Tributário.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o PLL nº 163/04 e o Substitutivo nº 01.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Ver. Carlos Todeschini; colegas Vereadores, Vereadoras; demais pessoas que nos acompanham, é redundante falar da importância do objetivo do Projeto na medida em que se procura incentivar, na nossa Cidade, a produção de moradias populares pelas empresas da iniciativa privada, da área da construção civil. Todos nós sempre citamos as 700 vilas irregulares de Porto Alegre, e aí nós teríamos tanto um trabalho de regularização das vilas quanto de produção de moradias, já que para o mesmo local poderíamos deslocar as vilas que estão em locais onde não é possível fazer a regularização. Portanto, é um problema enorme. Felizmente, nós estamos vivendo, no País, um momento em que o Governo Federal tem disponibilizado recursos para a habitação popular como nunca tivemos, de fato, no nosso País, mas, mesmo assim, somando com os recursos do Município, que têm sido muito pouco, e, no âmbito Estadual, praticamente zero nesses últimos anos, nós vamos passar décadas e décadas tentando zerar esse déficit, e eu tenho uma preocupação muito grande de que, talvez, não consigamos. Então, o objetivo do Projeto tem que ser saudado. Eu tenho um pouco de preocupação, e em conversa particular com o Ver. Carlos Comassetto, eu coloquei isso, porque eu sempre tenho uma prevenção a dar isenção - Ver. Luiz Braz, um assunto que V. Exª tocou há pouco - para qualquer motivo. Agora, num motivo tão importante como este, teremos que avaliar. Mas, eu já havia conversado com o Ver. Carlos Comassetto e, infelizmente, não consegui produzir uma Emenda para estabelecer, inclusive, prazo, período para que essa isenção seja dada às empresas, porque pode haver um jogo de que determinada empresa tenha uma área na Cidade e apresente um Projeto na Prefeitura, um Projeto incompleto, e aí vai ganhando tempo, ganhando tempo, e tendo isenção do IPTU. Esse tempo, quem sabe, se não tivermos nenhuma preocupação na redação do Projeto, pode se estender de uma maneira muito longa, sem que haja, realmente, uma atitude firme do pretenso empreendedor, e pode ficar apenas como um jogo de ganhar a isenção do IPTU.

Eu queria ouvi-lo, Ver. Comassetto, com relação à preocupação que este Vereador tem, sobre o que já conversamos anteriormente.

       

O Sr. Carlos Comassetto: Ver. Guilherme, esta sua preocupação, inclusive, foi sanada com uma emenda proposta pelo Ver. Adeli Sell.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Não conheço.

 

O Sr. Carlos Comassetto: Ele propôs uma emenda que está justamente sugerindo um prazo de, no máximo, 24 meses, do início da construção até a entrega do projeto. É para esse período que valem, no caso, os possíveis tributos sobre o IPTU que incidiriam para dentro da obra.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Certo. Desta maneira, então, minha preocupação já está sanada. De fato, nós temos que tirar os oportunistas do jogo, aqueles que poderiam ver na lei uma forma de não pagar imposto. Acho que, dessa maneira, fica retirada a possibilidade do drible, de haver um furo no Projeto de Lei, e o resultado positivo do Projeto fica, então, garantido. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Não há mais quem queira discutir o PLL nº 163/04 e o Substitutivo nº 01. Encerrada a discussão. Pois não, ouço-lhe, Ver. Luiz Braz.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, uma preocupação. Já que é um Projeto importante, mas que acredito que possa precisar de emenda, se nós formos encerrar a discussão, o que vai acontecer é que não haverá mais a possibilidade de ele ser arrumado. E o que importa para nós, acredito, aqui, Vereadores, é que ele se transforme em uma boa lei. Realmente, eu não saberia regimentalmente - e que bom que está aqui o Diretor Legislativo -, como poderíamos fazer para que não houvesse o encerramento da discussão. Mas acho que vai prejudicar o processo, se nós fizermos o encerramento da discussão.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Ver. Luiz Braz, a discussão já foi adiada por cinco vezes, não há mais como adiar a discussão, e há um Requerimento na Mesa, de autoria do Ver. Garcia, para que haja adiamento de votação por uma Sessão, que é o possível agora. Esse é o espaço de manobra regimental de que dispomos.

Está encerrada a discussão do PLL n° 163/04.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Carlos Comassetto, o Requerimento de autoria do Ver. Professor Garcia, que solicita o adiamento, por uma Sessão, da votação do PLL n° 163/04 e do Substitutivo n° 01. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Há dez Vereadores e Vereadoras presentes, não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h12min.)

 

* * * * *